Monday, November 23, 2009

Kanimambo Moçambique

Foi a minha primeira viagem ao continente africano e acho que foi uma boa maneira de o começar a explorar. Um país muito bonito e tranquilo que permitiu uma primeira interacção que deixou vontade de voltar.

Vinha com ideia praia e safaris, que precisava de ter algum cuidado, mais do que por outros lados do mundo por onde tenho andado. Que era perigoso porque viam os turistas como endinheirados, mas não senti nada disso. Senti sim um país harmonioso, com pessoas muito simpáticas e sempre prontas para conversar, ajudar e abrir o coração. Senti que é um país lindo e em que facilmente passaria muito mais semanas sempre a descobrir locais diferentes e espectaculares.
Deu também para ter um cheirinho da África do Sul, um país que me parece que é espectacular. Pelos relatos de pessoas que conheci no Kruger e que tinham viajado algumas semanas pelo país parece que é mesmo imperdível. Lá terei de voltar :)
Ou seja encontrei muito mais que apenas praias e safaris.

Foram também umas férias um pouco diferentes. Voos em executiva e hotéis, luxos nunca possíveis se não fossem as benesses que o Luis conseguiu fruto do seu trabalho. E estadias prolongadas nos diversos sítios. Ou seja, diferente do tipo de viagens que tenho feito e que me caracterizam mais.

De qualquer forma o espírito manteve-se o mesmo apesar destas benesses de conforto.
Manteve-se o espírito da descoberta, do conhecer novas pessoas, sejam locais ou outros viajantes.
Manteve-se o espírito de caminhar pelas ruas, observar pessoas, fotografar momentos, experimentar comidas, fazer amigos, assimilar culturas…
Foi muito bom e volto com a sensação de ter feito uma viagem espectacular.
Mas mesmo assim acho que ainda não conheci a verdadeira África!
Mas fica uma certeza, a de que me apaixonei por este continente.
Quero muito voltar e conhecer mais.

Deve ser porque adoro as diferenças culturais.
Deve ser porque adoro conhecer coisas novas, mas sobretudo diferentes. Culturas, comidas, pessoas, ideias…

É quem eu sou!
E chegou a altura de deixar de o contrariar!

Friday, November 20, 2009

Estado de espirito

Quando saimos hoje da África do Sul em direcção a Maputo novamente para a última paragem de volta a Lisboa estava a chover torrencialmente.

Durante a viagem e como tinhamos uma carrinha de nove lugares só para nós aproveitei para me deitar e ouvir pela primeira vez o meu iPod. Ouvir as músicas que lá tenho fazem-me sempre recordar pessoas e momentos da minha vida. Trazem alguma alegria e alguma nostalgia. E a mim trouxeram-me saudades. Fizeram-me lembrar de casa, dos meus afilhados e da minha melhor amiga...

Bateu uma certa saudade mas não ao ponto de querer regressar já a casa. Antes pelo contrário. Ficaria muito mais tempo por estas bandas a viajar. Sinto que era preciso muito mais tempo para ter as tais saudades ao ponto de voltar.

Fiz essa questão ao Luis: "Se pudesses continuar mais umas semanas aqui, continuavas? Ou já está bom para ti?". A resposta dele foi: "Por mim está bom."


Mas por mim não. Não está bom.
Eu ficaria mais tempo a conhecer a África do Sul que me parece e segundo me disseram é um país fantástico e que não tive a oportunidade de conhecer.
Eu ficaria também para conhecer mais de Moçambique um país ao qual regressarei concerteza.
Eu ficaria para conhecer mais as pessoas.

Eu ficaria...e viajaria mais um pouco...ou muito mais!!!

É quem eu sou!

Se está bom? Por agora tem de estar...

Safaris no Kruger

Parque Nacional Kruger é o parque com a maior área de conservação de fauna bravia da África do Sul cobrindo cerca de 20.000 km2 e tendo uma extensão de cerca de 350 km de norte a sul e 60 km de leste a oeste. Está localizado no nordeste do país, na província de Mpumalanga, que quer dizer: local onde o sol nasce, pena que esteja encoberto.

Quando falamos em vir a Moçambique disse logo ao Luis que para ir a África tinha de fazer algum safari e assim marcamos dois safaris, um nocturno e um de manhã. Dizem que é preciso sorte, quer num, quer noutro para se ver muitos animais.

Existe um objectivo de qualquer safari, ver os Big5, que são: leões, leopardos, elefantes, rinocerontes e bufalos. Estes são os 5 animais caracterizados como os mais perigosos, sendo que um deles é tipo o unicórnio do parque, muito, muito dificil de avistar - o leopardo.


O safari nocturno foi entre as 17h e as 20h, ou seja metade feito de dia e outra metade feito já de noite. No jipe iam 10 pessoas das quais 8 eram portugueses. Era um jipe alterado, em degrau, para se ver mais de cima. Vinha também equipado com lanternas para pudermos procurar os animais de noite. O engraçado é que para avistarmos os animais de noite e em movimento temos de procurar no escuro por duas luzes reflectoras, que são os olhos. É incrivel mas realmente é assim que os avistamos, quando ao passar com a luz no escuro vimos duas bolinhas a reflectir.

Durante quase 1h ainda de dia vimos apenas Impalas, e muitas, parece que são os animais em maior quantidade no parque e dois elefantes mas escondidos. Um pouco depois deparamo-nos com uma manada (eram seguramente mais de 10) elefantes dos mais diferentes tamanhos que estavam a atravessar a estrada duma parte da selva para a outra. De repente um camião grande vinha a grande velocidade e assustou imenso os animais levando-os a correr. Um dos elefantes mesmo ao lado do nosso jipe "irritou-se", "gitou" e ameaçou avançar sobre o jipe, mas segundo a guia nos disse eles são como se diz dos cães, ladram mas não morde. Pelo menos alguns penso eu.

Tivemos uns bons 15m a observa-los e tirar fotos. Depois e quando estava já a escurecer encontramos uns três rinocerontes, um deles mesmo na berma da estrada ao pé do carro.

Por esta altura já era de noite e um pouco depois quando já faltaria cerca de uma hora para acabar o safari comecei a brincar com a guia a dizer: Jenny we want to see the lions! You can do it! Yes you can! Risada total. Mas parece que resultou! ahahah

Encontramos outro jipe com as luzes desligadas. Disseram que estavam a ovir leões. Desligamos as nossas luzes também, calamo-nos e esperamos. Muito giro, no meio da selva, às escuras e a ouvir rugidos altissimos de mais do que um leão! Começamos então a tentar localiza-los com as lanternas até que percebemos que estavam a passar atrás de nós! Estavamos mesmo com sorte...2 leões a passar mesmo ao pé de nós! Brutal! Seguimo-los durante uns bons 20 minutos e eles iam lado a lado no meio da estrada à frente no nosso carro, com as luzes a apontar para eles, como se nada se passasse e sem se importarem nada com a nossa presença, rugindo aqui e ali! Depois fartaram-se e entraram novamente para a selva até deixarmos de os ver. (pena que estava muito escuro para fotos, mas ficamos com 2 videos fantásticos!)


Foi de facto um momento memorável.
Um dos momentos mais altos de todas as minhas viagens.
Um momento de natureza pura e ao mais alto nível ou não fossem os leões os reis da selva :)


Quase no final ainda avistamos um Hipopótamo, ficando assim a faltar ver dos big5 o leopardo e o bufalo bem como zebras, girafas e afins.

Nessa noite jantamos com duas portuguesas simpatiquissímas, a Luisa e a Salomé, que conhecemos nesse safari e que iriam tal como nós fazer o safari do dia seguinte que começava bem cedo às 5h30m da manhã. Após o jantar vimos Portugal qualificar-se para o campeonato do mundo que se vai realizar aqui mesmo na África do Sul.



Não dormi muito e às 4h30m estavam a ligar-nos para o quarto para nos acordarem. Chovia, pouco, mas chovia. Desta vez eramos 6 no jipe, nós, as portuguesas e outros dois sul africanos aventureiros de thsirt. E digo aventureiros porque além da chuva estava muito frio. Mesmo muito frio, até os cobertores que eles tinham no jipe usamos.

Apesar do azar da chuva, mais uma vez tivemos sorte. Conseguimos avistar uma série de animais, isto apesar de largos periodos em que não viamos nada e quase desesperavamos. Comemos e conversamos, sempre tentanto avistá-los. O safari decorreu durante 6 horas e esteve sempre a chover e encoberto. Avistamos muitos animais, incluindo Elefantes, bufalos, girafas, zebras, javalis, entre outros animais selvagens que não sabemos identificar, apesar do guia nos ter explicado no dia. Perto do final conseguimos ainda ver mais uma manada de elefantes, mesmo de perto.

O resto do dia foi passado a descansar uma vez que estavamos mesmo cansados e porque mesmo que conseguissemos não dava para fazer grande coisa pois não parava de chover e cada vez mais.

Valeu mesmo a pena ter vindo fazer os safaris e dentro do azar de estar a chover e fazer com que não pareca estarmos em África, tivemos sorte, pois conseguimos ver imensos animais, o que era o nosso principal objectivo com esta viagem. Ficou a faltar o unicórnio...

Maputo - Kruger

Saimos de Maputo por volta da hora de almoço e estava sol. Um pouco encoberto mas sol.

Até ao Kruger são 2h e meia de carro. O caminho na parte Moçambicana é feito de barracas na beira da estrada; pessoas, normalmente mulheres a carregar coisas na cabeça, desde fruta a lenha vimos de tudo. Quanto mais nos aproximamos da fronteira da África do Sul, menos pessoas e casas vimos e temos apenas árvores e campos.
1h e meia depois de sairmos de Maputo chegamos à fronteira. É a minha primeira travessia fronteiriça terrestre em África e achei tudo demasiado rápido e fácil, apesar de confuso. Não há indicações de nada, nem de onde deves ir. Não há perguntas, não vistorias, nada...Fico com a sensação que se tivessemos passado sem dizer nada, sempre a andar, não tinha havido nenhum problema.
Quando entramos na África do Sul deparamo-nos logo com um pais diferente, mais verde, com enormes plantações de bananas e mangas, com estradas mais cuidadas e sem barracas. No caminho deu para conversar com o nosso motorista que é Sul-africano. Deu para perceber que é um pais mais evoluido, onde as pessoas ganham significativamente mais (cerca de 130€ é o salário médio). Mas apesar disto tudo a ideia e impressão com que fico depois de apenas 3 dias neste país é que as pessoas são menos simpáticas.Começo a pensar que há uma relação no binómio riqueza - simpatia lol

Chegamos ao Kruger meia hora depois. O hotel é fantástico com uns bungalows muito espaçosos e com uma zona de estar, bar e restaurante com uma vista fantástica inclusivé para os animais. Tem algumas piscinas mas com o tempo que está não me parece que as vamos desfrutar.

Almoçamos qualquer coisa e fizemos horas para o nosso safari noturno que se iniciaria às 16h30m.

Wednesday, November 18, 2009

Maputo com os Cabral

Ontem voltamos da Inhaca.
O voo foi tranquilo e tivemos um dia calmo.
Nao choveu mas manteve-se encoberto e um pouco frio.

Almoçamos no famoso Costa do Sol e visitamos o museu de historia natural de Maputo onde o Avo do Luis foi director. Museu interessante com muitos animais embalsamados, tipicamente africanos, incluindo uma impressionante coleccao de fetos de elefante, registando todo o seu crescimento. O Luis nao pagou entrada porque era neto do falecido Cabral. Tem muito respeito pelo senhor.

Aproveitamos e passeamos mais um pouco pela cidade.
Fomos convidados e jantamos com a familia do Luis no melhor restaurante de Maputo. Um belo robalo ao vapor e umas optimas sobremesas.

Hoje arrancamos para a Africa do Sul e neste momento estamos no Kruger Parque a fazer horas para o nosso primeiro safari, de noite. Depois conto tudo.


PS: este post nao tem acentos porque este pc nao os tem :)

Tuesday, November 17, 2009

Estado de espirito

Todas as pessoas me diziam que quase uma semana na Inhaca era demais.
Se calhar também acharia antes de vir e depois da descrição que me fizeram.

Mas de facto não achei demais. Gostei do tempo que cá estive.
Tive dias de sol, praia e piscina (execpto os últimos).
Deu para descansar, recarregar baterias.
Deu para fazer uma coisa que adoro e sem a qual acho que ninguém visita realmente um país - conhecer as pessoas, os locais, a realidade. Conversar com as pessoas, partilhar experiências.
Isso sim para mim é viajar.

Estes dias deram para tudo isto.
Foram dias de preguiça.
Dias lentos para recuperar a vontade de viajar mais, como se isso fosse preciso :).
Dias para despertar o apetite por outras viagens, outras culturas, outros lugares.

Soube bem!!!



Agora vamos para Maputo e depois seguimos para a África do Sul, mais precisamente para o Kruger Park.

Dias de chuva

Os últimos dois dias na Inhaca foram de chuva. E se neste local não há muita coisa para fazer, com chuva pode-se imaginar não é?!?!

No Domingo acordamos as 9h e estava a chover, dormi então até ao meio dia. Soube bem. Nesse dia a única coisa de destaque foi o almoço. Como sempre fomos ao Lucas e os nossos amigos estavam lá. Dei-lhes umas tshirts que tinha trazido de Portugal e ficaram contentissimos. A Aidinha na noite anterior tinha dito que tinha uma coisa para mim, então deu-me um cachecol de futebol de Moçambique. Eles são de facto muito simpáticos. Almoçamos mais uma mariscada e conversamos um pouco...com a chuva não tinhamos mesmo mais nada para fazer...Perguntei se sabiam onde era Portugal, então dei por mim a desenhar o mundo num papel e explicar-lhes onde ficavam os mais diversos países...foi uma aula interessante :) O resto do dia foi como um domingo chuvoso em casa, a ver uns filmes, jogar um ping pong e pouco mais.


Na 2ª feira a mesma coisa, acordamos e estava a chover. Esperáva-se um dia igual ao de ontem...mas isso foi só até há hora de almoço. Finalmente e depois de quase uma semana na Inhaca apareceu um grupo de jovens e do sexo feminino :) Até agora só apareciam velhos ou casais e nessa tarde apareceram 3 miudas. Meti conversa com elas e descobri que eram holandesas, a Critine, a Iris e a Mariah. Conversamos por mais de 2h sobre Corfebol claro, sobre viagens, sobre os nossos paises, sobre Africa (elas tinham acabado de vir da África do Sul e do Kruger)...Foi uma tarde bem passada a beber no bar com a chuva a cair lá fora.

Acabamos por jantar todos juntos, mais 2 sul africanos que trabalhavam para o hotel. Um era o responsável pelas actividades do hotel (snorkel, mergulho, etc...) o outro era o piloto do avião que nos trouxe e levaria para Maputo no dia seguinte.

Depois do jantar decidimos ir todos à vila. Quando lá chegamos a vila estava deserta. Tudo fechado. Depois de uns telefonemas, lá apareceu o Eurico, o responsável pelo restaurante do hotel, um Moçambicano 5 estrelas com o qual conversei imenso tempo na nossa estadia. O Eurico tinha ligado para um senhora que lá abriu o bar de propósito para nós. Ficamos então no Carioca Bar, a fazer de DJ, a jogar Jenga, a beber, a conversar, a dançar, a aprender a dançar músicas africanas com o Eurico e a dona do bar. A festa durou das 21h até quase à 1h da manhã, o que por aqui significa uma noitada.


Foi de facto uma noite muito bem passada e divertida.
Foi uma bela maneira de acabar a nossa estadia na Inhaca.


PS: a minha única preocupação ao deitar-me era se o piloto ia estar em condições no dia seguinte para nos levar para Maputo de manhã :)

Sunday, November 15, 2009

Nhacas

Inhaca é uma ilha com cerca de 40 km2 e a 40km de Maputo. A vida da população que a habita é baseada na pesca e em algum turismo. De resto os Nhacas são muito orgulhosos da sua ilha. A maior parte das pessoas que conhecemos a trabalhar aqui são originalmente daqui e gostam muito de usufruir da ilha. Depois das aulas e trabalho é recorrente ver os locais a passear, brincar e tomar banho na praia.

Tenho aproveitado os dias também para tentar captar um pouco da ilha, da vida e da população de Inhaca, através da minha máquina fotográfica, sempre que possível. Desde um grupo grande a tentar meter um Jipe em cima de um barco para o levar para Maputo, passando por um campeonato improvisado de damas à beira da praia, até um grupo de miúdos a fazer snorkeling…

Uma das pessoas com quem tenho falado mais é com o Hilário. Ele contou-nos que a sua família vive toda em Maputo, apesar de serem originalmente daqui. Ele é o único da família que aqui vive. Diz que é porque aqui é mais fácil arranjar trabalho, apesar de ganhar muito menos. Para se ter uma ideia ele ganha 1.000 MTs (24€) por mês a servir a mesa, limpar e cozinhar. Trabalha das 8h da manhã até às horas que houver clientes, nunca fechando antes das 20h. Diz-nos que sabe que é pouco, mas que não é fácil ganhar mais. Diz-nos ainda que vive, como a maior parte das pessoas da ilha, em casas de palhota porque o cimento e as placas de zinco custam muito mais do que eles podem pagar. Casas assim só os restaurantes e bares têm.

Faço lhe A pergunta: “És feliz?”
Ao que me responde com um sorriso enorme e sincero: “Sim, sou!”

Este é o Moçambique que vejo e sinto nestes dias.
Pessoas pobres, que vivem unicamente com o que precisam para sobreviver. Mas que estão sempre com um sorriso e nada mais do que simpatia para nós.
Pessoas que vivem sem todas as coisas materiais que nós em Portugal e nos países desenvolvidos temos como necessárias mas que são apenas coisas fúteis: as consolas, os iPods, os pcs, etc…Aqui os miúdos não brincam com consolas, nem com action mans ou barbies. Brincam uns com o outros, brincam na praia, correm, nadam…E são felizes! E irradiam felicidade apesar de todas as suas carências.

Isto faz-me pensar. E muito.
Eles são pobres, não tem muito, mas são Felizes assim!

A continuação das sopas e descanso

A vida por aqui continua a caracterizar-se pela lanzeira, ou seja, dormir, comer, apanhar sol, passear na praia, desfrutar ao máximo desde local espectacular.

Nestes últimos dias a novidade foi que tivemos uma grande almoçarada de lagosta e fomos à ilha dos portugueses.
O almoço de lagosta foi no único restaurante (sim afinal é o único) da ilha, o Lucas. Fomos recebidos e atendidos, mais uma vez pelos já nossos amigos Aidinha e Hilário, dois jovens locais de 21 e 22 nos respectivamente. Simpáticos, educados e bem dispostos, dá sempre para conversar com eles e saber um pouco mais da vida por estas bandas…

A ida à ilha dos portugueses foi na manhã de Sábado e tivemos um pouco azar porque o tempo estava meio encoberto, mas mesmo assim deu para apanhar um sol e dar uns bons mergulhos numa ilha deserta…

Um dos momentos mais agradáveis têm sido de facto as últimas horas de sol do dia. Entre as 16h e as 18h a praia está fantástica, não muito quente, com a água a uma temperatura espectacular, que especulando diria a 25º, e com um pôr do sol fantástico dando uma cor única a estes fins de dia…

Aliás temos tido bom tempo apesar de Sábado ter estado encoberto de manhã. De noite têm estado um pouco de temporal, com ventos, trovoada e alguma chuva, mas de dia está bom, pelo menos até agora.

Depois do jantar no Sábado e como é noite de sair decidimos ir até à vila ver os bares locais. Mas à noite leia-se às 20h e pouco…Quando lá chegamos encontramos a Aidinha e o Hilário e fomos todos juntos ao Joto Bar que ao que descobrimos também pertence ao Lucas. Parece que o homem é o magnata aqui da ilha, lol. Bebemos umas cervejas, ouvimos umas músicas africanas e não só e conversamos com os nossos novos amigos. Inclusive a Aidinha tentou ensinar-nos a dançar Kizomba e Passada, duas danças tipicamente africanas, mas sem muito sucesso porque não tínhamos muito jeito. Estas pessoas não têm muito mas são muito simpáticas, de tal forma que não nos deixaram ir embora sem nos pagarem uma cerveja a cada um.

Voltamos para o hotel 1h e tal depois porque a noite também não estava muito animada e porque ia dar o jogo de Portugal.

Thursday, November 12, 2009

Sopas e descanso

Os últimos dois dias foram passados na maior tranquilidade e assim antevejo os próximos :)

Foram passados entre a praia e a piscina.


Foram passados entre estar deitado na cama, na espreguiçadeira e na areia.


Foram passados a comer bem. A comida do hotel é muito boa e o restaurante da vila, o Lucas (acho que há mais um, mas ainda não conhecemos) serve muito bem para os almoços onde podemos comer algum marisco e cerveja a preços muito convidativos.


Foram passados a ler a conversar e a dormir.

Foram passados a conhecer os moçambicanos de Inhaca: o Noé, a Aidinha, o Américo, o Regan, o Esteves...entre outros.











Na praia não avistamos nenhuns turistas, mas durante o dia passam vários miudos por nós. Uns brincam, outros tomam banho, outros tentam pescar e outros ainda fazem de eco. Sim! Fazem de eco, passo a explicar: estavamos nós sozinhos na praia dentro de água e começo a cantarolar a música Roxanne... e de repente começo a ouvir aquilo que me parece um eco...pouco provável pela localização onde me encontrava...cantei mais um pouco da letra, com mais frases que não apenas o vocabulo Roxanne e o eco começou a sair errado...avistei então 2 miudos a tentar imitar a minha múscia mas desistiram...lol...mas sempre que cantava. Roxaaaaannnnneeeee, eles imitavam...inclusive quando passado um tempo passaram por nós a correr, a rir e a cantar :)

Hoje fomos fazer 1h e pc de snorkel, avistamos alguns corais e peixes interessantes, mas sem tantas cores como os que já avistei por vários sitios do mundo.

Estamos a tentar fazer mais coisas durante o dia: queremos ir a uma ilha deserta (ilha dos Portugueses) fazer praia, não por ser deserta porque aqui também não há muita gente :), mas por ser muito bonita segundo dizem. Queremos também ir a Santa Maria que dizem que tem uns corais muito bonitos e talvez fazer snorkel aí. Por último andamos a tentar arranjar uma moto 4 para dar a volta à ilha.


Isto são os dias. Porque às noites não se passa nada. Assim que acabamos de jantar já não há ninguém à nossa volta no complexo principal do hotel. Parece um hotel fantasma, nós, os empregados e alguns mosquitos e morcegos...lol. Graças a Deus pela mesa de ping-pong, o snooker, a televisão com alguns canais com filmes e sobretudo a internet gratuita.

Estão talvez umas 12 pessoas no hotel mas parece que amanhã chega um grupo de 30 e tal, pode ser que isto anime. Inclusivé porque dizem que no fim de semana na vila há animação à noite :)


Ando com uma vida dificil portanto :)

Tuesday, November 10, 2009

A caminho do descanso

Acordamos hoje meios azamboados pela noite mal passada e depois de fazermos a mala fomos para o aeroporto. Aí resolvemos o problema que tínhamos com os voos, utilizando a táctica do desenrascanso tuga.

O voo foi muito agradável num avião particular, um bimotor com capacidade para 8 pessoas que no entanto só nos levava a nós, e foi brutal. As primeiras impressões da ilha vista do ar foram muito boas, parece ser um local fantástico, com água azul-turquesa, areia clara e alguma vegetação.












O Pestana Inhaca Lodge é bastante agradável, com bungalows espaçosos e confortáveis. Estão cá poucos turistas e descobrimos que temos incluído no pacote algumas actividades que iremos concerteza desfrutar.

Como chegamos pouco depois das 12h aproveitamos para fazer um pouco de praia, ate porque aqui anoitece um pouco mais cedo. A praia estava deserta, apenas com alguns miúdos locais que tentavam fazer surf num mar sem ondas e brincavam na areia. Acabamos por perceber que entre eles uns tinham medo das fotos (os mais novos) e fugiam, enquanto os mais velhos queriam eram ver-se a si próprios na máquina. A água não estava assim tão quente como esperávamos, mas mesmo assim agradável.







Ao final da tarde resolvemos ir ver a vila de Inhaca, onde fomos logo recebidos por um miúdo de 15 anos, chamado Nóe que se apressou logo a vir falar connosco e servir-nos de guia por uma vila com 2 ruas :) Muito simpático apesar de nem sempre percebermos a lógica do seu discurso...

Hoje pelo cansaço acumulado jantamos, fomos à net e ficamos por aqui.

Mais Maputo

Dois dos meus desportos preferidos quando estou de férias são o Street Walking e o People Watching. Adoro andar pelas ruas e observar as pessoas no seu dia a dia. Perceber o seu quotidiano, as suas rotinas. Andar sem destino, sem objectivo, à deriva seguindo os impulsos, os sons e a animação.
Foi isso que fizemos em Maputo nesta segunda feira durante o dia. Dia de trabalho, apesar de véspera de feriado. A cidade estava muito mais movimentada que no Domingo. Muito mais pessoas na rua e muito mais vida.

Acordamos tarde e saímos do hotel de mapa na mão. Durante mais de 2 horas andamos e andamos. Compramos coisas, tiramos fotos e falamos com pessoas.

Almoçamos numa esplanada (Cristal) mais uns camarões e fomos tomar um café e um pastel de nata a outra esplanada (pastelaria Nautilus). Sentamo-nos sem pressa a observar tudo o que nos rodeava e a conversar. Depois disso andamos mais uma hora e tal e regressamos ao hotel.

Parece-me que Moçambique é um país em desenvolvimento. Cheio de pessoas simpáticas e em nenhum momento deste dia a caminhar na rua tive qualquer receio, antes pelo contrário éramos sempre cumprimentados com sorrisos.

Confesso no entanto que apesar de toda a simpatia, vivemos já alguns momentos de desespero, pela espera. 30m para servir uma bebida ou 40m para servir o jantar, mesmo apesar de estar de férias, quando se está com fome não é fácil ;)

Mas é mesmo assim. E já aprendi!
É Africa! Quando me diziam isto, amigos meus que já vieram cá várias vezes eu não percebia…mas agora já percebi…faz-se…vai-se fazendo…há tempo para tudo…até para deixar um cliente sem saber a que horas tinha o voo no dia seguinte, como nos aconteceu hoje. Ao telefone o empregado da agência diz: “ligue-me daqui a 10m que já lhe consigo dizer!” Ora 10m depois já o sr tinha saído e a pessoa que lá estava não sabia dizer nada sobre o assunto. E o pior é que no dia seguinte era feriado e estavam fechados*. Enfim…um entre muitos exemplos do deixa andar africano :)

À noite fomos jantar mais uma mariscada e ver o Benfica, como sofremos, nós e o restaurante em peso…parecia que estamos em Lisboa tal foram os gritos que se ouviram aquando do golo do glorioso. Fomos beber um copo ao Sasas, a discoteca do casino porque a outra que queríamos visitar, o Coconuts estava fechada. Havia uma festa qualquer e estava animadíssima.

Esta noite apanhamos três táxis e deu para conversar um pouco sobre Maputo e Moçambique, e quem melhor para nos falar disso do que taxistas locais. Nas curtas deslocações soubemos as mais variadas coisas, algumas que não posso contar aqui, outras que davam um texto inteiro…mas soubemos por exemplo que o salário mínimo neste país são 1.500MT (35€) por mês, ou seja, o que um casal gasta para ir jantar fora uma vez em Lisboa, ou que um taxista ganha 5.500MT (130€) por mês, mas que para o conseguir tem de trabalhar os 7 dias da semana: 5 dias das 6h as 24h e 2 dias das 0h às 24h, sim, isso mesmo, não dorme…ou dorme entre corridas.
Isto deixa-nos mesmo a pensar…pelo menos a mim deixou…

Chegamos às 3h e tal ao hotel a pensar que íamos dormir…mas como disse anteriormente 3ª é feriado em Maputo e estava a acontecer uma mega festa perto do hotel com um som obscenamente alto…acho que deve ter decorrido ate as 5h e tal da manha…e recomeçou as 8h…foi de facto uma noite muito, muito difícil e com poucas horas dormidas...tentamos de tudo, inclusive pensamos em nos fecharmos na casa de banho onde o som era menos agressivo, no entanto a unica opção funcional foi mesmo por papel higienico nos ouvidos para tentar abafar o som...diga-se de passagem que nem com um rolo inteiro conseguiriamos abafar o barulho infernal :)

O que vale é que no dia seguinte vamos apanhar um voo (se o conseguirmos fazer lol ) para o descanso merecido.


* no final correu tudo bem, mas graças à astúcia dos dois portugueses (nós mesmo) que estavam aqui de férias com tudo marcado, que ao chegar ao aeroporto se desenrascaram :)

Monday, November 9, 2009

Um Domingo em Maputo

O Luis tem familia em Maputo e assim hoje o tio dele, o Paulo, que por curiosidade até é 4 anos mais novo que ele veio-nos buscar para conhecer a cidade e os arredores (onde ele vive).









Foram 12h intensas, divertidas e com muita cerveja 2M. Conhecemos a sua familia, alguns amigos, algumas personagens. Com tantas voltas que demos de carros acho que conhecemos todas as ruas da cidade, todos os bairros, todos os marcos e spots para tirar umas fotos. Conhecemos a gastronomia (Costa do Sol, Feira do Peixe, Zambi, Dolce Vita), vimos as pessoas, as suas vidas, a sua cultura (casa da cultura e restantes monumentos), a sua musica, os seus costumes. Conhecemos as suas cores, os seus cheiros as suas imagens. Conhecemos quase todos os vendedores de cerveja também :)















Gostei muito do dia e da cidade de Maputo. Posso dizer que me surpreendeu. E apesar de ser Domingo é uma cidade mais animada do que esperava, talvez por estar com um local que nos sabe levar aos spots certos. A cidade é uma mistura de edificios semi destruidos com edificios velhos e alguns coloniais. Tem avenidas grandes com arvores. As pessoas são muito amistosas e sempre que abordadas respondem com um sorriso e boa disposição.